Diz a ti mesmo ‘Amo-te’
Recordo a minha infância como feliz e livre. O passar dos anos e a chegada da adolescência trouxeram ‘estragos’ a essa alma que acreditava na vida, no amor inocente e na grandeza da humanidade.
As emoções intensas fizeram-se ouvir e não tinha a capacidade de as compreender e integrar. Segundo o médico da terra teria uma depressão e, reiterado por outro mais tarde, diagnóstico de pessoa com perfil para… Já nessa altura, o receituário dos ansiolíticos era prática fácil para resolver estes ‘males’. E, de facto, à luz do que conheço hoje, poderia ter alimentado esse prognóstico para o qual fui várias vezes testada. A teimosia aliada a uma inspiração semi-terrena levou-me a recusar essas dependências e a procurar dentro de mim as respostas para os desafios que a vida me ia trazendo e eu ia escolhendo.
O ponto de viragem definitivo aconteceu em 2006. Passados estes 10 anos de prática meditativa, sei hoje que há outras ferramentas que respeitam os nossos seres e nos apoiam a integrar as emoções contrativas e expansivas, equilibrando o nosso corpo físico, mental, emocional e espiritual.
As nossas crianças e jovens não precisam de se afastar de si para se enquadrarem na comunidade-familiar, escolar, geográfica…e outras.
Cada um de nós, criança, adolescente-jovem, adulto ou idoso, é um Ser com direitos essenciais semelhantes, apenas diferindo as etapas da vida em que se encontram. Por isso, o processo educacional é central no respeito pela essência de cada um. E só pode ser vivido quando fazemos escolhas conscientes, quando podemos optar, quando podemos manifestar a nossa diferença sem culpa, quando podemos ser livres.
Ser livre é habitar o meu corpo e o mundo de forma sustentável (a desenvolver…).
Que história estamos a passar? A história que procuro passar é de alguém que se respeita, que reconhece as suas virtudes e limitações, que acredita em si, que permite escolhas aos outros… que não impõe ideias feitas de certo e errado.
Como posso educar em consciência? Começando em elevar e viver a minha consciência, aceitando o que sou, e o que me rodeia. Quando o faço, expande-se uma sabedoria interna que acalma a mente, permitindo que vivamos em autenticidade.
Apoiar os nossos filhos a sentirem e expressarem as suas emoções é respeito e garantir os seus direitos. Um ser que vive aqui, vai crescer num nível de consciência que só pode resultar em sentidos e propósitos de humanidade maior.
A propósito:
Quando permito que o meu filho pinte o sol de azul, estou a respeitar o seu sentir, a sua perspetiva.
Quando comento e questiono porque pintaste o sol dessa cor, estou a condicionar e a julgar a liberdade do outro.
Deixo-te um desafio: Quando te sentes livre?
A resposta está dentro de ti. Vive essa liberdade e expande-a para os teus filhos. Os adolescentes vão agradecer.
Abraço livre/sentido
Andreia Carvalho – a tua coach educacional
Gostei muito do texto e dos ‘ensinamentos’.