Mais do que aprovar, há que reconhecer quem somos e quem é o outro. E na parentalidade, esta questão coloca-se de forma clara entre o uso do julgamento – aprovação ou não- ou o não julgamento – reconhecimento.
Quando reconheço, apenas constato pensamentos, palavras e ações, sem classificar se é bom ou mau, se é lindo ou feio… Limito-me, de forma consciente, a observar o que é, libertando-me e aos nossos filhos de aprovação, respeitando a manifestação de cada um, a experiência que acontece nesse momento. Este processo apoia relações livres, felizes e de harmonia, pois não espero a avaliação do outro, a sua aprovação para me amar e acreditar em mim.
Aqui compreendemos melhor o valor da auto estima saudável. Esta deve ter raízes sólidas, resultado de uma educação consciente e holística (do todo do indivíduo) que respeita os ritmos e potencial de cada um. A pressão e preocupação atenuam-se ou desaparecem gradualmente, uma vez que aceitamos o que é, começando em nós e na nossa família. Deixamos de projetar no outro o que queremos para ele para aceitar o seu caminho de crescimento.
Desafio: Escuta o teu filho, observa-o e confia na forma como vai explorando o mundo que o rodeia. A ti cabe o papel de te manteres em atenção plena, cuidando das margens de segurança de acordo com as etapas de desenvolvimento específicas. E isto não implica protegê-lo, mas observar e manter os limites que também vão sendo experimentados por ele.
A transição do elogio ao ter e fazer para se centrar no Ser, vivendo mais o reconhecimento do ser e o seu empenho, do que o elogio superficial ao ter (talento, objetos bonitos ou da moda…) ou a fazer resultado de foco em prémios, recompensas ou intenções pouco claras.
Claro que continua a ser legítimo querer coisas, fazer percursos, conquistas, mas sem promovermos que dos nossos resultados daí resulta o nosso valor, a nossa autoestima. O reconhecimento de mim e do meu valor não pode estar condicionado ao que tenho e faço.
Reconhece-te e depois reconhece o teu filho, cada um na sua individualidade.
Abraço – namasté (reconheço a luz em ti)
Andreia Carvalho – a tua coach educacional
Faz todo o sentido. Afinal, o que é o certo e o errado? O bem e o mal? Normativos impostos pelo homem em função do medo. Regras para andarmos em fila atrás do que “deve ser”.
Parabéns pelo artigo, Andreia!